O QUE FAZER PARA A CRIANÇA ACOSTUMAR NA ESCOLA
PRIMEIRO DIA DE AULA NO MATERNAL
A entrada da criança na escola maternal aí pelos 2 ou 3 anos provoca essas dúvidas e angústias nos pais, principalmente na mãe, que é quem geralmente sente na carne o "drama" do primeiro dia de aula.
Essas dúvidas têm razão de ser. Não é fácil para a criança dessa idade enfrentar a separação da mãe. Também não é fácil para a mamãe aceitar que seu filhinho tão pequeno possa ficar "numa boa" longe dela sob cuidados de pessoas que afinal são pouco mais que estranhas. Palpites dos parentes (avós, tias, etc.) às vezes aumentam as dúvidas e hesitações da mãe. Por sua vez a escola precisa entender que adaptação à escola envolve a própria escola, a criança e a mãe e saber lidar com a situação.
Com a convicção de necessidade da pré-escola para seu filho, confiante no trabalho educacional que a escola vai oferecer a mamãe se sentirá mais serena e será mais fácil Ter atitudes coerentes e firmes, o que transmitirá segurança à criança pois se a mãe estiver hesitante e insegura a ansiedade da criança será muito maior e tudo ficará mais difícil.
O DIFÍCIL É SE SEPARAR DA MAMÃE
Da parte da criança, a dificuldade maior não é propriamente "se acostumar com escola", mas sim separar-se da mamãe. Pela primeira vez nesse ambiente que é novo e estranho, entre pessoas desconhecidas, no meio de uma porção de crianças que ela não conhece, algumas tão assustadas como ela mesma, se vê e se sente abandonada pela mamãe e pode temer com terrível angústia, que a mãe não volte para buscá-la. Se a mamãe saiu "escondida", aproveitando um momento de distração da criança, esta se sente "traída" e a sensação de abandono se acentua.
Mesmo as crianças mais seguras e calmas, sentem algum receio no primeiro dia – afinal tudo que é novo assusta, e a mamãe não está lá para ela se refugiar.
Mesmo a mãe mais convencida da necessidade da escola à vezes se sente insegura e tem dificuldade para lidar com essa situação. A criança ás vezes tem sentimentos contraditórios: quer ir para a escola sim, mas também quer a mamãe junto. Como ajudá-la a compreender que terá as duas coisas? Como fazer com que ela comece a participar das atividades e gostar disso, se ela está, ás vezes, quase em pânico?
UM PROGRAMA DE ADAPTAÇÃO QUE ENVOLVA TAMBÉM A MÃE É O TRABALHO QUE A ESCOLA DEVE DESENVOLVER
As escolas maternais devem oferecer programas de adaptação no início do ano, visando evitar sofrimento desnecessário para a criança. Devem esclarecer e tranqüilizar as mães, aumentar sua confiança na escola e permitir a elas que acompanhem seus filhos nos primeiros dias, até que o pequeno se integre ao grupo da sua sala de aula.
Como fazer isso? – É necessário um encontro entre as mães de "primeira viagem" e todo o pessoal da escola; nesse diálogo a mãe pode conhecer melhor o funcionamento da escola, como se organiza, as atividades, o material que a criança vai usar e seus objetivos; conhecer o pessoal;
As professoras são qualificadas? Têm experiência? Têm uma relação estável de emprego que lhes dê segurança? Quem atende as necessidades das crianças individualmente? Pode trocar idéias com as outras mães.
Nesse encontro, a escola deve explicar o seu programa de adaptação, fundamentá-lo, envolver as mães nele. Tudo isso trará a elas um pouco mais de segurança, clareando a questão.
Por sua vez as mães devem procurar prever com antecedência esse acontecimento tão importante para seu filho que é "ir para a escola" e procurar reservar alguns dias para isso. Procurar matricular a criança respeitando o início do período letivo é importante para poder participar plenamente dos programas que as escolas oferecem.
Desta forma a criança "experimenta" a escola sem precisar se afastar da mãe. Com a mamãe presente, ela se familiariza com o ambiente, cria laços afetivos com a "tia", participa das primeiras atividades escolhidas entre as que mais atraem. E fará isso tranqüila, com o apoio da presença da mãe, e assim descobre que a escola é boa, a tia é amiga, as atividades são gostosas, que sempre chega a hora de ir embora para casa.
Em poucos dias, enfim, consegue aceitar a ficar sozinha na escola. É importante que a mamãe se despeça, afirmando que virá buscá-la quando acabar a aula. Pode até ser que ainda haja um chorinho, mas já não será o pânico que às vezes observamos nessa situação de primeiro dia de aula.
Ficando na escola alguns dias, a mãe pode observá-la funcionando: as crianças em atividade; suas reações no relacionamento com colegas e tias. No geral essa experiência confirmará (ou não) sua confiança na escola reafirmando sua decisão em deixar a criança frequentar, ajudando-a a não se deixar chantagear mais tarde com eventuais birras (também acontecem) do pimpolho e não cair na armadilha do famoso "se você não chorar, eu trago um presente...", que é tão deseducativo e deformador do caráter.
Ana Maria é pedagoga e fundadora do Catavento.
A entrada da criança na escola maternal aí pelos 2 ou 3 anos provoca essas dúvidas e angústias nos pais, principalmente na mãe, que é quem geralmente sente na carne o "drama" do primeiro dia de aula.
Essas dúvidas têm razão de ser. Não é fácil para a criança dessa idade enfrentar a separação da mãe. Também não é fácil para a mamãe aceitar que seu filhinho tão pequeno possa ficar "numa boa" longe dela sob cuidados de pessoas que afinal são pouco mais que estranhas. Palpites dos parentes (avós, tias, etc.) às vezes aumentam as dúvidas e hesitações da mãe. Por sua vez a escola precisa entender que adaptação à escola envolve a própria escola, a criança e a mãe e saber lidar com a situação.
Com a convicção de necessidade da pré-escola para seu filho, confiante no trabalho educacional que a escola vai oferecer a mamãe se sentirá mais serena e será mais fácil Ter atitudes coerentes e firmes, o que transmitirá segurança à criança pois se a mãe estiver hesitante e insegura a ansiedade da criança será muito maior e tudo ficará mais difícil.
O DIFÍCIL É SE SEPARAR DA MAMÃE
Da parte da criança, a dificuldade maior não é propriamente "se acostumar com escola", mas sim separar-se da mamãe. Pela primeira vez nesse ambiente que é novo e estranho, entre pessoas desconhecidas, no meio de uma porção de crianças que ela não conhece, algumas tão assustadas como ela mesma, se vê e se sente abandonada pela mamãe e pode temer com terrível angústia, que a mãe não volte para buscá-la. Se a mamãe saiu "escondida", aproveitando um momento de distração da criança, esta se sente "traída" e a sensação de abandono se acentua.
Mesmo as crianças mais seguras e calmas, sentem algum receio no primeiro dia – afinal tudo que é novo assusta, e a mamãe não está lá para ela se refugiar.
Mesmo a mãe mais convencida da necessidade da escola à vezes se sente insegura e tem dificuldade para lidar com essa situação. A criança ás vezes tem sentimentos contraditórios: quer ir para a escola sim, mas também quer a mamãe junto. Como ajudá-la a compreender que terá as duas coisas? Como fazer com que ela comece a participar das atividades e gostar disso, se ela está, ás vezes, quase em pânico?
UM PROGRAMA DE ADAPTAÇÃO QUE ENVOLVA TAMBÉM A MÃE É O TRABALHO QUE A ESCOLA DEVE DESENVOLVER
As escolas maternais devem oferecer programas de adaptação no início do ano, visando evitar sofrimento desnecessário para a criança. Devem esclarecer e tranqüilizar as mães, aumentar sua confiança na escola e permitir a elas que acompanhem seus filhos nos primeiros dias, até que o pequeno se integre ao grupo da sua sala de aula.
Como fazer isso? – É necessário um encontro entre as mães de "primeira viagem" e todo o pessoal da escola; nesse diálogo a mãe pode conhecer melhor o funcionamento da escola, como se organiza, as atividades, o material que a criança vai usar e seus objetivos; conhecer o pessoal;
As professoras são qualificadas? Têm experiência? Têm uma relação estável de emprego que lhes dê segurança? Quem atende as necessidades das crianças individualmente? Pode trocar idéias com as outras mães.
Nesse encontro, a escola deve explicar o seu programa de adaptação, fundamentá-lo, envolver as mães nele. Tudo isso trará a elas um pouco mais de segurança, clareando a questão.
Por sua vez as mães devem procurar prever com antecedência esse acontecimento tão importante para seu filho que é "ir para a escola" e procurar reservar alguns dias para isso. Procurar matricular a criança respeitando o início do período letivo é importante para poder participar plenamente dos programas que as escolas oferecem.
Desta forma a criança "experimenta" a escola sem precisar se afastar da mãe. Com a mamãe presente, ela se familiariza com o ambiente, cria laços afetivos com a "tia", participa das primeiras atividades escolhidas entre as que mais atraem. E fará isso tranqüila, com o apoio da presença da mãe, e assim descobre que a escola é boa, a tia é amiga, as atividades são gostosas, que sempre chega a hora de ir embora para casa.
Em poucos dias, enfim, consegue aceitar a ficar sozinha na escola. É importante que a mamãe se despeça, afirmando que virá buscá-la quando acabar a aula. Pode até ser que ainda haja um chorinho, mas já não será o pânico que às vezes observamos nessa situação de primeiro dia de aula.
Ficando na escola alguns dias, a mãe pode observá-la funcionando: as crianças em atividade; suas reações no relacionamento com colegas e tias. No geral essa experiência confirmará (ou não) sua confiança na escola reafirmando sua decisão em deixar a criança frequentar, ajudando-a a não se deixar chantagear mais tarde com eventuais birras (também acontecem) do pimpolho e não cair na armadilha do famoso "se você não chorar, eu trago um presente...", que é tão deseducativo e deformador do caráter.
Ana Maria é pedagoga e fundadora do Catavento.