OS SEGREDOS DA PITANGA


A pitangueira (Eugenia uniflora L.) é uma planta da família das Myrtaceae, originária do Brasil, encontra-se por toda parte do país, espalhando-se desde o Nordeste até o Rio Grande do Sul, ultrapassando fronteiras para chegar até algumas regiões do Uruguai e da Argentina. Á planta pode alcançar até 10 m de altura com tronco irregular, ramificado, de cor avermelhada. Possuem folhas ovais avermelhadas quando jovens e de coloração verde quando adulta, e brilhantes, com aroma característico quando maceradas. Florescem de agosto a novembro. A floração da pitangueira é abundante, branca e perfumada. O fruto é arredondado, achatado nas extremidades com sulcos longitudinais, de coloração vermelha, rubra, roxa, às vezes quase preta, na maturação. O período de frutificação varia de outubro a janeiro.
Trata-se de uma fruta muito apreciada e a sua polpa é agridoce e perfumada. Da sua polpa se obtém geléias, vinhos, doces e licores. O estado de Pernambuco é um dos principais produtores e tem uma produção estimada em 1700 toneladas de frutos.
Conforme análise físico-química de 100 gramas de polpa de pitanga foram constatadas 38 calorias, 0,3g de proteína, 10mg de cálcio, 20mg de fósforo, 2,3mg de ferro 0,03mg de vitamina B2 e 14mg de vitamina C.
CLIMA E SOLO
Desenvolve-se bem em locais de clima quente e úmido com boa distribuição de chuvas durante o ano e umidade do ar em torno de 80%. A planta é bastante sensível ao frio e nem suporta geada. Deve-se dar preferência a solos férteis, profundos e bem drenados com topografia favorável ao seu cultivo. Não é exigente quanto ao solo de alta fertilidade. A propagação pode ser por sementes e enxertia.
FORMAÇÃO DE MUDAS
A propagação da pitangueira pode ser feita utilizando sementes de plantas matrizes de alta produtividade e qualidade de frutos; é o método comum de propagação para pequenos plantios e pomares domésticos. Os recipientes utilizados são sacos de polietileno com dimensões 12cm. x 16cm cheios da mistura de terra com esterco de curral. Utilizando 3 partes de terra para 1 parte de esterco de curral. Semeiam-se 2 sementes por recipiente irriga-se e cobre-se com palha de palmeira; a semente deve germinar entre 20-25 dias período que deve ser retirada a cobertura de palha.
Para os plantios comerciais recomenda-se o método de propagação vegetativa, através da enxertia. Este método é indicado para obtenção de mudas que permitem assegurar uniformidade de plantas, precocidade de produção, produtividade e qualidade de frutos.
PLANTIO
Para o plantio o espaçamento mais utilizado é o de 4m. x 5m em retângulo com densidade de 500 plantas/ha. As covas devem ter dimensões 0,30m. x 0,30m. x 0,30m em todas as direções. O adubo deve ser misturado à terra dos primeiros 15cm da superfície na abertura da cova. No plantio misturar 10 litros de esterco de curral 200g. de superfosfato simples e 100g. de cloreto de potássio no fundo da cova. O plantio é efetuado no início da estação das chuvas.O pomar deve ser mantido limpo sempre que possível, com capinas ou coroamento em volta da muda.
TRATOS CULTURAIS
A poda deverá ser feita próximo ao tronco visando a eliminação de ramos laterais e devem ser feitas no primeiro ano de plantio com 49 cm de altura. Adubações em cobertura são feitas, anualmente, aplicando-se 10 kg de esterco e 250g por planta, em 2 aplicações no ano da fórmula NPK 10:10:10 no primeiro ano; no 2º ano - 500g; 3º ano - 750g; 4º ano - 1.000g.; 5º ano em diante 1.200g da mesma formulação.
PRAGAS E DOENÇAS
As pragas que mais se destacam são: as coleobrocas do tronco e dos ramos, a mosca-das-frutas e as formigas saúvas.
BROCA-DO-CAULE E CONTROLE
Praga importante da pitangueira que causa grandes prejuízos, sua presença é constatada pela ocorrência nas áreas atacadas de pequenos orifícios junto a casca destruída, em formação de teias e excrementos ao redor. A lagarta ataca os ramos e tronco ao se alimentar abrindo galerias.
O controle da broca passa por: injeção de calda pelos orifícios e através das galerias; pulverização com inseticidas e poda de ramos secos com destruição imediata pelo fogo.
MOSCA-DAS-FRUTAS E CONTROLE
A fêmea procura frutos verdes ou em maturação e nele deposita seus ovos; a larva alimenta-se da polpa danificando-a e tornando o fruto imprestável para o consumo. Alcançando o máximo de desenvolvimento a lagarta abandona o fruto e vai pupar no solo a alguns cm de profundidade.
Enterrar a mais de 20 cm de profundidade frutos caídos ao chão ou catá-los e queimá-los; preparar e aplicar calda inseticida; pulverizar frutos verdes.
FORMIGA SAÚVA E CONTROLE
Pode desfolhar repetidas vezes a planta enfraquecendo-a até causando a sua morte. Controle: Combater sistematicamente os formigueiros, já a partir do preparo da área para instalação do pomar, com aplicações de formicidas sob forma de pó, iscas ou gás.
COLHEITA E RENDIMENTO
A pitangueira a partir do 3º ano de plantio e 50 dias após a floração inicia-se a colheita, os frutos maduros devem ser colhidos no pé, à mão delicadamente, e colocados em caixas apropriadas e abrigadas do sol. A planta torna-se safreira aos 6 anos de idade. A planta entra em produção de frutos duas vezes no ano. Normalmente, nos meses de março a abril e de agosto a dezembro. Uma pitangueira pode produzir de 2,5 a 3,0Kg. de frutos/planta/ano em pomares não irrigados. Em áreas irrigadas o rendimento em toneladas por hectare é de 500kg no 2º ano-, de 3.000kg no 3º ano; de 5.000kg no 4º ano do 6º ano em diante 9.000 toneladas de frutos por hectare.
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